Parte II - Brittany Evans
Capitulo III: Aberração
Meus olhos pousavam sobre toda a cidade, afinal eu estava na cobertura do maior edifício dali; e graças ao binóculo que eu havia projetado tempos atrás, eu consegui ver tudo o que acontecia na superfície. Aquilo já se tornara um hábito. Dia após dia eu subia ali e ficava a observar a cidade. Eu me recusava a admitir, mas aquilo era para mim um modo de me redimir e tentar corrigir o erro do qual eu nunca esqueceria, pois fora o primeiro erro da minha vida, e também para procurar pelo meu segundo erro...
Desde muito pequena eu já sabia que era uma pessoa bem diferente dos demais. Meus pais sempre foram muito amáveis comigo, mas não souberam como lidar com a minha situação. Não os culpo por isso. Digamos que não tenha sido... Fácil.
Eu nasci mais branca que qualquer pessoa normal, praticamente albina. O que impedia que qualquer médico dissesse que eu era albina era a cor dos meus cabelos, que desde que nasci são de um vermelho vibrante, lisos e longos. Mas se fosse apenas isso que me diferenciasse das outras pessoas, eu até que me consideraria normal, apenas um pouco diferente, mas eu era praticamente uma aberração.
Meu crescimento físico era acelerado, mas o que mais surpreendera meus pais foi meu crescimento mental. Aos três meses, já com o tamanho de uma criança de seis meses, eu já dissera minhas primeiras palavras, e aos quatro meses eu já conseguia me fazer entender. Aos cinco meses eu já arriscava ficar sobre minhas próprias pernas e aos seis meses eu conseguia andar tranquilamente. Ninguém pode lidar bem com uma situação como essa.