sábado, 26 de novembro de 2011

Mistakes and Consequences - Cap III

Parte II - Brittany Evans

Capitulo III: Aberração 

Meus olhos pousavam sobre toda a cidade, afinal eu estava na cobertura do maior edifício dali; e graças ao binóculo que eu havia projetado tempos atrás, eu consegui ver tudo o que acontecia na superfície. Aquilo já se tornara um hábito. Dia após dia eu subia ali e ficava a observar a cidade. Eu me recusava a admitir, mas aquilo era para mim um modo de me redimir e tentar corrigir o erro do qual eu nunca esqueceria, pois fora o primeiro erro da minha vida, e também para procurar pelo meu segundo erro... 

Desde muito pequena eu já sabia que era uma pessoa bem diferente dos demais. Meus pais sempre foram muito amáveis comigo, mas não souberam como lidar com a minha situação. Não os culpo por isso. Digamos que não tenha sido... Fácil. 

Eu nasci mais branca que qualquer pessoa normal, praticamente albina. O que impedia que qualquer médico dissesse que eu era albina era a cor dos meus cabelos, que desde que nasci são de um vermelho vibrante, lisos e longos. Mas se fosse apenas isso que me diferenciasse das outras pessoas, eu até que me consideraria normal, apenas um pouco diferente, mas eu era praticamente uma aberração. 

Meu crescimento físico era acelerado, mas o que mais surpreendera meus pais foi meu crescimento mental. Aos três meses, já com o tamanho de uma criança de seis meses, eu já dissera minhas primeiras palavras, e aos quatro meses eu já conseguia me fazer entender. Aos cinco meses eu já arriscava ficar sobre minhas próprias pernas e aos seis meses eu conseguia andar tranquilamente. Ninguém pode lidar bem com uma situação como essa.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Mistakes and Consequences - Cap II

Capitulo II: Passado e Vício 

Quando dei por mim eu estava andando na direção de uma loja de roupas a poucos metros do beco de onde eu havia despertado. Eu precisava de roupas resistentes, afinal eu não sabia o que estava por vir e eu precisava estar preparado. Primeiro eu peguei um coturno preto que estava logo à vista, peguei uma calça jeans cinza e uma camisa básica preta, procurei pela loja, mas não vi nenhuma jaqueta de meu agrado. 

Depois de me vestir, estava prestes a sair da loja quando passei por um espelho e parei por um instante. Pensamentos começaram a fluir pela minha mente, eu estava muito diferente do que eu me lembrava, meu cabelo estava mais comprido e meus músculos estavam maiores, como se meu corpo houvesse avançado no tempo e melhorado também. Comecei a lembrar da vida que eu levava antes que o mundo inteiro virasse de cabeça pra baixo. Bom, não só virou de cabeça pra baixo como deu uma sacudida, só pra desarrumar mais ainda. Virar mais 180 graus não ia fazer nada daquilo voltar ao normal. 

Eu vivia de pub em pub, tocando violão, ganhando algum dinheiro e no instante seguinte gastando com cigarros e vodca. Lembrando dos cigarros e sentindo minha garganta implorar por um maço inteiro, continuei andando por aquela rua pós-apocaliptica, quando vi a moto parada na frente de uma tabacaria. Tabacarias, sempre salvando a minha vida. Examinei a moto com cuidado, era uma Midnight Star e ela era perfeita. Quando dei uma volta ao redor dela, encontrei pendurado um casaco de couro preto. Também perfeito. Parece que afinal o mundo pós-apocaliptico não era tão ruim assim. 

Depois de colocar o casaco, examinei os bolsos para ver se encontrava algo de importante. Bolso externo, chaves, nada poderia ser melhor. Em um dos bolsos internos encontrei algo que o formato eu já conhecia muito bem, dos meus tempos de pub. Uma carteira de Marlboro vermelho, praticamente cheia. Tudo o que eu precisava era um isqueiro. Sorri comigo mesmo e forcei um pouco a porta da tabacaria, que parecia apenas um pouco emperrada. Procurei entre as prateleiras e achei o que eu estava procurando, um Zippo novinho e cheio. Fui até o caixa e peguei mais duas carteiras de Marlboro vermelho, e coloquei nos bolsos internos. Sai da tabacaria e subi na Midnight, que passara a ser minha, ascendi um cigarro, liguei a moto e sai dali a toda. Agora só faltavam as armas.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Mistakes and Consequences - Cap I

Parte I - Alex Turner

Capitulo I - Choque

Acordei com uma baita dor de cabeça, meus olhos ardiam e meus sentidos estavam completamente desnorteados. Eu continuei ali deitado sem noção do tempo, minha cabeça continuava a latejar incessantemente, mas eu sabia que não deveria ficar ali por muito tempo, eu sentia que precisava me levantar e sair dali o quanto antes. Abri os olhos, mas não consegui enxergar nada, meus olhos estavam completamente embaçados, pisquei várias vezes até começar a lacrimejar e abri os olhos mais uma vez, dessa vez eu consegui dar uma olhada ao meu redor. 

Eu me encontrava no final de um beco sem saída, os edifícios ao meu redor eram altos e aparentavam ser muito velhos, mas o que mais me chamou a atenção fora o céu, ele estava preto, completamente preto, sem estrelas, sem lua, como se não houvesse nada lá fora. Tentei me levantar, mas o mundo ao meu redor girou e eu fui ao chão novamente, respirei fundo algumas vezes e tentei mais uma vez, mais devagar dessa vez, primeiro tentei me sentar, esperei um pouco para ver se o mundo continuaria parado e então me levantei. 

Eu senti que aos poucos minhas forças retornavam, meus sentidos começaram a clarear, mas minha cabeça ainda martelava, o que estava me deixando completamente maluco. Agora, um pouco mais confiante, caminhei até a saída do beco. Nada no mundo poderia me preparar para a visão que eu estava prestes a vislumbrar. 

Estava frio, muito frio para aquele verão campeão de altas temperaturas, a rua estava completamente devastada, os carros estavam dispostos de forma caótica, as lojas estavam arrombadas e tinham suas vitrines quebradas, mas o que me fez gelar até a alma fora a quantidade de sangue que estava em todas as direções. 

Aquele instinto que a pouco me atingira, estava novamente gritando em meus ouvidos, mais forte do que antes, como se o cheiro acre do sangue o fortalecesse. Minha mente ainda estava paralisada pelo choque daquela visão, mas meu corpo começara a se mexer, como que por impulso, eu precisava trocar minhas roupas rasgadas e úmidas e precisava arrumar um jeito de me proteger.