Estava com vontade de escrever e não sabia sobre o que eu poderia escrever, comecei a foliar o caderno e achei um texto que eu havia escrito, o inicio de uma história que eu estava começando a contar, mas que por falta de inspiração havia parado, agora tomo novamente a narrativa desta história com a intenção de contá-la até o fim. Espero que vocês gostem da narrativa e que comentem sobre ela, mas cabe a vocês descobrirem se é uma história verídica, ou se é apenas mais um devaneio da minha mente, mas lembrem-se que para criar algo precisamos de fatos para nos basear, boa leitura.
Encontrava-me olhando para o céu avermelhado de um lindo final de tarde de outono. Despertei de uma de minhas viagens ao meu mundo de fantasias, no qual tudo o que eu desejava se tornava realidade, olhei ao meu redor, não avistava ninguém. Passei a tarde inteira naquela pracinha que me atraia tanto, era uma pracinha muito comum, com árvores para todos os lados, um campinho de futebol, alguns brinquedos, bancos espalhados pelas extremidades, algumas mesinhas de dama e xadrez, ou seja, como qualquer outra praça, mas o que me levava a ir aquela praça em especifico, era que pouquíssimas pessoas circulavam por ali, eram tempos corridos, onde ninguém se dava ao prazer de passar um tempo ao ar livre com seus filhos, ou amigos. E por causa disso, me era permitido ficar a sós com meus devaneios.
Decidi que já estava na hora de voltar para casa, levantei-me do balanço e cruzei a praça em direção a minha casa, quando me dei conta de que não era o único ali. A minha primeira reação foi de espanto e medo, pelo simples fato de eu não ter notado aquela presença durante a tarde inteira e que ela pudesse me fazer algum mal, após alguns segundos me senti mais calmo, tentei lembrar-me do momento que eu havia chegado à praça com a intenção de verificar se eu havia visto algo de diferente, não consegui me lembrar.
O balanço no qual eu sempre me sentava, ficava no fundo da pracinha, deste local eu possuía uma visão um tanto quanto privilegiada de quase toda a praça, mas havia um local, uma pequena área, que eu não enxergava praticamente nada, e era esse o local onde ele se encontrava.
Passei por aquele local o mais de vagar que eu pude em uma caminhada tranquila, tentei juntar o máximo de informações sobre aquele garoto desconhecido que eu nunca havia notado, em um lugar praticamente abandonado, do qual eu achava ser o único frequentador. Ele estava sentado em um banco, de cabeça baixa, parecia estar entretido com algum pensamento, tinha os cabelos castanhos escuros escorridos, de modo a esconder o rosto, usava uma camisa branca básica de mangas compridas, uma calça jeans e um Nike clássico preto.
Quando eu estava quase saindo da praça senti que ele havia me notado e que estava me olhando, virei o rosto e o olhei de forma curiosa e questionadora, ele havia se endireitado e o seu cabelo havia escorrido de modo que apenas a franja repousava sobre sua testa quase chegando aos olhos, seus olhos eram verdes muito claros e lindos, seu nariz era perfeito e a sua boca era um tanto quanto carnuda, mas não exageradamente. Ele me olhava de forma intensa e também questionadora. Fitei aqueles olhos por alguns segundos e depois me virei e segui o caminho de casa.
Voltei à praça no dia seguinte, eu realmente gostava de passar minhas tardes por lá, era tranquilizador e muito agradável, mas não irei mentir, naquele dia havia outro motivo, eu queria encontrar aquele garoto novamente, mas como se apenas para me contrariar, ele não estava lá, verifiquei a praça inteira para ter certeza desta vez. Fiquei um tanto quanto decepcionado, mas de qualquer jeito me sentei no meu lugar de costume, o balanço, e fiquei a delirar a tarde inteira sobre quem poderia ser aquele garoto, eu nunca o havia visto pela vizinhança, nem na escola ou em qualquer outro lugar, eu me lembraria caso houvesse visto-o anteriormente.
Já havia começado a escurecer quando eu decidi que era hora de eu voltar para casa, passei novamente pelo local que eu o havia visto no dia anterior, mas ainda assim nem sinal de que ele pudesse ter estado ali naquele dia, continuei meu caminho para casa. Havia alguma coisa naquele garoto que me fazia continuar pensando nele, e eu não sabia o que poderia ser, era estranha, aquela sensação, eu não sabia o que pensar a respeito e nem o que eu deveria fazer e muito menos se eu devia estar pensando em alguém completamente desconhecido para mim, ainda mais um garoto. Nos dias que se sucederam eu não voltei a pracinha, pois estava ocupado com a escola, estávamos na reta final do semestre e haviam muitas provas para quais estudar, muitos trabalhos para entregar, e com isso tudo eu acabei passando minhas tardes em casa estudando.